A Menina que lacrimejou Espelhos
A infinitude abismal do olhar frio,
o lábio de vidro lhe olha,
e sua face se faz persona frente ao espelho.
O suspiro devora o relógio,
é visível o reflexo de seu desfiladeiro,
rosto a rosto com o veneno,
qual é o tamanho do medo de si mesma?
Cristaliza-se o tempo,
com a boca da noite perfumada,
e no fundo da persona de si mesma nascem e morrem tantas outras personas,
O que ser?
A língua que perpassa invisível,
em sua fronte de pó não eterna.
Vagante em seu labirinto,
com o hálito falso,
sem cerne ou caminho.
Seus pés fugazes,
qual o mais longe que se pode ir de si mesma?
Dentro de seu sangue,
uma veia disforme e sem nome,
- O que sou?
Em um sorriso demente,
destroça o espelho,
iludindo-se com o fim.
Dissipado em pedaços,
em um reflexo tardo o espelho lhe diz:
- É cópia... Ludibriadora de si...
Então a Menina lacrimejou Espelhos...