A Menina que lacrimejou Espelhos

A infinitude abismal do olhar frio,

o lábio de vidro lhe olha,

e sua face se faz persona frente ao espelho.

O suspiro devora o relógio,

é visível o reflexo de seu desfiladeiro,

rosto a rosto com o veneno,

qual é o tamanho do medo de si mesma?

Cristaliza-se o tempo,

com a boca da noite perfumada,

e no fundo da persona de si mesma nascem e morrem tantas outras personas,

O que ser?

A língua que perpassa invisível,

em sua fronte de pó não eterna.

Vagante em seu labirinto,

com o hálito falso,

sem cerne ou caminho.

Seus pés fugazes,

qual o mais longe que se pode ir de si mesma?

Dentro de seu sangue,

uma veia disforme e sem nome,

- O que sou?

Em um sorriso demente,

destroça o espelho,

iludindo-se com o fim.

Dissipado em pedaços,

em um reflexo tardo o espelho lhe diz:

- É cópia... Ludibriadora de si...

Então a Menina lacrimejou Espelhos...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 25/07/2011
Reeditado em 25/07/2011
Código do texto: T3117906
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