Meu anjo malvado

Ei, me diz, por favor, quem é você,

Que reacende instantaneamente

Todo esse terno amor que sinto

E que nunca acaba, jamais se apaga,

Apenas se esconde numa tentativa em vão

De me proteger dessa saudade exagerada

E não me fazer morrer de tanto amor.

Será que você existe mesmo de fato,

Ou então é como um fugaz retrato,

Imagem do irreal gravada indelevelmente.

E se existe de verdade, por que é que então

Eu não consigo lhe tocar?

Ou se por outro lado não existe,

Por que eu lhe sinto tanto assim?

Por favor, eu lhe peço, me diz onde está

Que eu nunca vejo, nunca lhe toco,

Embora em meus sonhos, eu já lhe tenha

Completa e eternamente só pra mim.

Me conte o segredo do que você faz

Pra me deixar assim tão louco,

Ardente de desejo e capaz de tudo

Para saciar cada impulso que ainda pulsa

E vai continuar pra sempre latejando

Enquanto em meu coração houver vida,

Haverá você nele, em mim, comigo.

Meu anjo malvado, me judia e acaricia,

Bate e assopra, surge do nada e se vai com tudo,

Reaparece, me enlouquece, entorpece...

E me faz viver desse puro amor angelical.

(Catalão, 18/07/2011)

* licença poética para o uso coloquial do pronome "lhe" como objeto direto.

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 23/07/2011
Reeditado em 23/07/2011
Código do texto: T3113500
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