Meu anjo malvado
Ei, me diz, por favor, quem é você,
Que reacende instantaneamente
Todo esse terno amor que sinto
E que nunca acaba, jamais se apaga,
Apenas se esconde numa tentativa em vão
De me proteger dessa saudade exagerada
E não me fazer morrer de tanto amor.
Será que você existe mesmo de fato,
Ou então é como um fugaz retrato,
Imagem do irreal gravada indelevelmente.
E se existe de verdade, por que é que então
Eu não consigo lhe tocar?
Ou se por outro lado não existe,
Por que eu lhe sinto tanto assim?
Por favor, eu lhe peço, me diz onde está
Que eu nunca vejo, nunca lhe toco,
Embora em meus sonhos, eu já lhe tenha
Completa e eternamente só pra mim.
Me conte o segredo do que você faz
Pra me deixar assim tão louco,
Ardente de desejo e capaz de tudo
Para saciar cada impulso que ainda pulsa
E vai continuar pra sempre latejando
Enquanto em meu coração houver vida,
Haverá você nele, em mim, comigo.
Meu anjo malvado, me judia e acaricia,
Bate e assopra, surge do nada e se vai com tudo,
Reaparece, me enlouquece, entorpece...
E me faz viver desse puro amor angelical.
(Catalão, 18/07/2011)
* licença poética para o uso coloquial do pronome "lhe" como objeto direto.