DESTINOS PERDIDOS

Um laço estendido serpenteia o campo

Um pontilhado divide quem vai e quem vem

Cobrindo distancias com seu negro manto

Traz vidas em suas veias e as leva também

Quem mata o silêncio do campo ao relento

Cruzando lonjuras em pagos alheios

Apostando dobrada parada com o vento

Por certo não vive uma vida de anseios

A distância e a mesma, só o tempo é que encolhe.

Engana-se quem busca o arremate ligeiro

Na raia da vida o destino é quem escolhe

Do partidor ao final quem chega primeiro

Na quietude da noite na várzea dormida

Galopam rebanhos de luz em fileira

Relampejos clareiam tropas perdidas

Que tombam sem vida na armadilha traiçoeira

Destinos se cruzam ao longo da via

Gambeteando curvas na busca da sorte

A fadiga é uma armada estreita e vazia

No aguardo do estiro do laço da morte

Destinos perdidos no rastro da estrada

Nas horas vazias em que o vento emudece,

Na curva mais forte há uma cruz plantada

Rogando a Deus aos viajantes, em prece.

Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 23/07/2011
Reeditado em 24/08/2011
Código do texto: T3113498
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