Dom de Deus

DOM DE DEUS

Pedindo conselhos sem mãos postas, de joelhos eretos.

Meu nariz de vermelho se olha na frente do espelho.

Vejo tudo estando longe de tudo.

Não sou nada, sozinho no fim da estrada.

Lagrimas são tão salgadas que atrapalham meu paladar.

Então por que chorar?

Nada fiz e de tudo um pouco fiz.

Poeta pode tudo, até estar errado.

Mas o louco é que só quem é, sabe o que é!

Ouço o que quero ouvir.

Sinto o que quero sentir.

Gozo quando quero gozar.

Sou Poeta nada preciso explicar!

Minha obrigação é com a minha loucura e com a escrita.

Goste quem quiser gostar. Minha alma não liga.

Já chorei não querendo ser Poeta.

Tentei fugir das palavras. Mas as portas ficaram abertas.

A vida sempre me deixa sozinho.

De companhia a sina de criar desde pequenininho.

Poeta não tem direitos certos.

Dever de criar, a inspiração está sempre por perto.

Poeta discriminado cria mais.

Sempre quando está só olha pra trás.

Sem o que fazer Poeta nunca parece.

A escrita insiste Poeta obedece.

Poeta olha sempre além.

A moda passa, a futilidade também.

Ser Poeta só tem uma explicação diante dos teus.

É dom divino é uma escolha de Deus.