A vaidade da quimera***

"Mas sempre que percorro a praia / Recolho algum grão leve / Algum que me agrade / Pondo em minha face /Um efêmero sorriso" (André Díspore Cancian)

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Passe pó na tua face em brasa

Contorne lábios escravos sedentos

Equilibre-se na tua altura falsa,

Viva o brilho de fugazes momentos.

Não é preciso olhar-me de soslaio,

Vislumbro o glamour do teu tormento

O belo é belo em qualquer ensaio

Até mesmo na dor e no sofrimento.

Quando acordares, estarei cansado

Rabiscando versos alheios a ti

Mas do cansaço do teu penteado

Nascerão rimas para o meu sorrir.

Não esqueças que o tempo urge

Sugando leveza e beleza efêmera;

Na maquiagem se esconde e ressurge

A tênue vaidade da tua quimera.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 06/12/2006
Reeditado em 18/10/2012
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