A vaidade da quimera***
"Mas sempre que percorro a praia / Recolho algum grão leve / Algum que me agrade / Pondo em minha face /Um efêmero sorriso" (André Díspore Cancian)
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Passe pó na tua face em brasa
Contorne lábios escravos sedentos
Equilibre-se na tua altura falsa,
Viva o brilho de fugazes momentos.
Não é preciso olhar-me de soslaio,
Vislumbro o glamour do teu tormento
O belo é belo em qualquer ensaio
Até mesmo na dor e no sofrimento.
Quando acordares, estarei cansado
Rabiscando versos alheios a ti
Mas do cansaço do teu penteado
Nascerão rimas para o meu sorrir.
Não esqueças que o tempo urge
Sugando leveza e beleza efêmera;
Na maquiagem se esconde e ressurge
A tênue vaidade da tua quimera.