PUTA (MOEDA SONAMBULA)

Teu corpo

Moeda sonâmbula

Sorumbática

Vendes-te, te compram em curvas

E em carne de sedução

Acendes-te pra coisa qualquer!

Em estradas de atalhos seminais

Abre-te o fecho éclair

Desnudo teu colo em virgens vicinais

De passageiros incontidos

Sacos de passagens

Passageiros viajores

Paisagens...

Seres incontidos

Rijos setembros

Seres encamisados em peles sintéticas

Seres encarniçados em agostos sem rostos

Frias barragens preparando no fundo

O vermelho curtido do mosto incrustado

Comercio cavernoso

Sombra atemporal

Corpos em oferta textual curtiço horizontal

Vendilhões do templo carnal arenoso

Pousam como aviões em decúbito dorsal

Pistas sem repouso em pousos forçados!

Em cada puta uma mulher qualquer

Em cada mulher se requer uma puta

Onde está teu ser bela adormecida boiando

Sem rumo velejando como um dito cujo

Feita e insatisfeita como um barco em águas fortuitas

De pele sacral em cujos marujos mascarados

Vêem em teu colo calejado o cheiro da impregnante fruta

Uma ilha sepulcral sem porto sazonal

Terra literalmente à vista

Banhada pelo vento engravidado de nada

Que se desmancha no litoral...