MAIS UMA VEZ

Esquentou

Fez frio

Passou o trem

O avião decolou

Devastou o cerrado

Morreu mais um

Outro vai nascer

Todo o mundo chorou

O sorriso enterneceu

A bala roçou o peito

Ah! Como aquela planta cresceu

A chuva cai inclemente

Vai pro riacho

E pro mar

Cotovelos na janela

Quando a ressaca acabar

Posso empostar a goela

Botar tudo no lugar

Reconstruir todo o estrago

Que o vento trouxe pra cá

Não quero mais

Pensar nela

Tem bebida na prateleira

Há sempre uma taberna

Mulheres a se entregar.

Enquanto no Congresso

Não vão entrar em recesso

Meu time foi classificado

O estádio cheio

A polícia e a torcida

Olham-se com receio

Mais uma vez

O salário do parlamento

Foi multiplicado.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 21/07/2011
Código do texto: T3110295
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