Sem eira nem beira
Seu cachorro não sabe se você é rico ou pobre,
Nem se seu dono é louco ou são.
Não sabe se sua vida é de azar ou sorte
Não conhece seu passado nem sua religião.
Sempre ao seu lado,
Não escolhe o local do quintal.
Não se importa se num grande gramado
Ou num parco matagal.
Qual sua cor de pele? Qual a roupa que veste?
Ele não liga.
A dele é sempre o mesmo pelo de todo dia, de toda vida.
Gosta mesmo é de uma disputa de pano:
Uma ponta no seu focinho.
Na outra, você puxando.
As posses do mendigo são chão, céu e poeira.
Mas olhe ao seu lado.
Nunca está isolado.
Sempre um cachorrinho assim como ele,
Abanando e latindo sem eira nem beira.