Sem eira nem beira

Seu cachorro não sabe se você é rico ou pobre,

Nem se seu dono é louco ou são.

Não sabe se sua vida é de azar ou sorte

Não conhece seu passado nem sua religião.

Sempre ao seu lado,

Não escolhe o local do quintal.

Não se importa se num grande gramado

Ou num parco matagal.

Qual sua cor de pele? Qual a roupa que veste?

Ele não liga.

A dele é sempre o mesmo pelo de todo dia, de toda vida.

Gosta mesmo é de uma disputa de pano:

Uma ponta no seu focinho.

Na outra, você puxando.

As posses do mendigo são chão, céu e poeira.

Mas olhe ao seu lado.

Nunca está isolado.

Sempre um cachorrinho assim como ele,

Abanando e latindo sem eira nem beira.

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 21/07/2011
Reeditado em 21/07/2011
Código do texto: T3109530
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