Limites

A noite escura desce sobre a floresta

Deitado-se sobre a terra e galhos.

Penetrando frestas e cantos.

Permeando as folhas e cascas.

Funde-se com o escuro da caverna

Como uma irmandade secreta

Se fazendo surda e profunda.

Indiferente ao que esconde

Tomando e sufocando as entranhas

Como um enviado da morte

Ou própria morte difundida

Em pacotes sombrios

Sem som ou adorno,

Poesia, tijolo ou aparência

Apenas substância, asfalto suspenso

Arcaico sem nome.

Paralisando os estágios de drama

Criando outra trama,

Outro segredo, Fechada, mas eterna

Animal e planta, adubo e corredor

Inclinada pra baixo, desmantelada

Nada se pode dizer dela,

Apenas que esconde, que tira e abate

Forte e com fé. Deus negro que fecha o céu

Mingua a esperança, transcende o tempo e explode

Numa furna pra dentro, crescendo numa vastidão

Infinita de fertéis sementes.

No final, quando o orgasmos celeste

Seria tomado por deuses do subterraneo

Quando a desesperança seria consumada

Quando fecharia todo o universo

Uma sábia mariposa amarela explode no horizonte

Reflexo que refreia a eternidade

As plantas acordam, se podem ver

Nasce de novo a esperança...

A noite só existe até o infinito,

Nunca se fecha. Não existe um tempo

Onde nada existiria alem da noite,

Morte completa

Se ganhar tudo, ganha forma.

E nunca mais cresceria.

Seria apenas um poema negro,

Morto.