VELHOS AMIGOS DA PRAÇA
Quase sempre não sei se é coincidência
Acho interessante quando a gente lá passa
Já passado dos 70 já de longas experiências
Nas manhãs de sol a ler jornais no banco da praça
Com cachecol no pescoço e casaco comprido
Outros como num bom estilo chapéu a usar
Maduros bem conservados outro um tanto sofrido
Algum tem seu amor outros a solidão a desabafar
Reunidos toda semana inclusive aos domingos
Jogar baralho é a mais pura diversão
Se divertem quando jogam um bom bingo
Não pesa a idade contar piada e tocar violão
Falam sobre jogos diversas notícias do momento
Tosses risadas é o que se ouve na avenida
De repente apoiado na bengala expressa o sentimento
O solitário senhor chora a ausência da sua querida
As lágrimas molham suas tantas lembranças
O que mantém vivo em seu pensamento
Quando seus filhos criados ainda criança
Relembra grandes amores e o seu casamento
Do que um dia foi apenas saudade é o que dura
Sua face envelhecida conta toda a história
Um amor tão lindo de alguém que jaz na sepultura
Agora restam dores no continuar da trajetória
A idade chegou vive as suas limitações
Vive a mimar os netos e conversar com o povo
Mais o coração jovem e de fortes emoções
Relembra aventuras de quando ainda era novo
Só marcas ficaram de um tempo que foi embora
Lembrar na juventude lhe vem logo o choro
Seu coração reclama a falta da sua senhora
Parece a recordar os bons tempos de namoro
Tudo passou e a consolo não há nada que se faça
Só resta na praça distrair conversando o tempo inteiro
Na solidão ser amigo do povo da praça
Chorar encostando o ombro a outro seu companheiro