Coração Infinito

Nao faça da vida uma invenção.

Ela é real.

Tem água e abelha

Por que não vê a lua,

Lá fora, na noite

como furos de um segredo,

Os potes de casa.

A nota musical nos canto da noite.

E roda de estrada

Por que nao abre o

Olho e veja em sua frente,

Outro olho com sombra

e luz, sem definição de limites

Sem saber qual é importante,

Imagens frescas,

Que toda hora muda,

Cada instante um retrato,

Um colapso, um nascimento

Vai na rua, olhe os brotinhos

Entre as pedras, o muro sujo.

tem a casa inteira pra se ver

A pia suja também serve.

Serve o céu, com seu expledor

Suas mudanças sutis,

As estrelas infinitas.

Que são tão belas.

Misteriosas, incapaz de ser nossa.

Tem você, com seu peito em erupçaõ,

Tantas saudades, o medo de descer

E ver em você todo o universo

Condensado, pra presente.

Onde poderá ser escoteiro

e falar desse Infinito mistério,

Transmutado, hora em feiura, hora em beleza.

Num jogo louco bom de assistir...

Tantos moças bonitas em sua rua,

No seu trabalho, as cascas

De madeira desgastando no sol

Na chuva, no tempo, que o vento

Empurra quando seca

E bonito ver os pedaços partir

Veja, olhe e veja, veja

Que quando perceber o mundo

Que te cerca,

Estará ganhando um coração

tão infinito quanto sua dor