AO AMIGO
Amigo, como posso agradecer-lhe
Pelas tantas vezes que precisei de ti?!
Sim, você ali sem querer ser apercebido
Surgiu de um fundo escuro e opaco
Radiando com um fio de luz cintilante
Os meus momentos de embaraços.
Amigo que tantas vezes sem fim
Emprestou-me seu ombro para chorar
E nas noites infindas de forte ébrio
Acompanhou-me até o sol raiar!
Emprestou os seus ouvidos pros lamentos
Descarregados nos meus minutos insanos.
Vejam, amizades são muitas por aí,
Mas amigo (digo amigo), são poucos!
Amigo é aquele com quem se confidencia;
Mesmo sabendo que será repreendido.
Aquele que sabe dizer sim para o impossível,
E não para os desejos imundos e profanos.
Você que me deu de beber quando tive sede,
E alimentou-me nos momentos e dias míseros.
Aquele que chorou comigo amargamente
Em minhas tristezas de cruel abandono.
Paciente, emprestou-me os seus passos
E suas mãos fortes quando estive inerte.
Quando todos enfim me criticavam,
Mesmo você sabendo que eu era errado,
Você ficou ali robusto do meu lado;
Incorporando a dor do meu triste ser.
Amigo... Sim! Você é 'O AMIGO!'
Desculpe, mas não há como agradecer!
Marcos Antony