Às vezes...
te vejo na juventude
ora sereno
ora confuso
com
pensamentos repetidos lidos em versos amiúde
com medo
sempre
querendo
sempre
fugindo
a vida em mistérios, festa exagerada
certeza que não planeja
amor apaixonado
amor que deseja
Às vezes
te vejo fiel
sem máscara
sem véu
crer, sonha
pondera, delibera
quer tudo e tudo deseja
Às vezes
te vejo perdendo o rumo, vivendo da sombra do próprio caminho
seguindo sombra para não se sentir sozinho
buscando pelo em ovos
buscando flores no deserto, esquecendo o rumo seguindo sem prumo.
Às vezes
te vejo esquecendo crenças, amando sem saber o quê... querendo... não sabendo o que fazer
com medo de viver
Amor que se teme perder
Às vezes
te vejo forte frio em desvio a meio pavio
navalha, fio de espada
ponta de faca
coisa fina
coisa que não reflete
coisa que fere
é quando tu se perde se encontrando de repente
Noutras vezes,
te vejo esquecendo caminhos
sozinho
sereno
pequeno
indo para onde sopra o vento
areia na mão
fogo de palha ou
chuva de verão
Querendo ir mas não sabendo para onde
embarcando em qualquer bonde
é quando a gente chama e o outro vai embora
desliga na cara, não responde
penso que não te suporto
mas me importo
com teu rosto sorridente pedindo colo, sem porque e não mais que de repente...
Brasília - DF, 2011.
Do imaginário poético de quem observa.