DEVANEIO SOLITÁRIO

É tarde e não consigo dormir.

Lá fora a lua prateada se faz ver

pela fresta da minha janela,

parece trilhos iluminando a direção

de um caminho onde eu não sei onde vai chegar.

O vento sopra uma canção suave

embalando quem está a sonhar

e eu aqui somente a imaginar

um lugar onde um dia eu possa estar.

O sereno da noite molha a terra

num sentido fecundar,

e cada semente percebe que é hora de germinar.

Um lamento triste de repente ouço

no frêmito dos galhos de uma árvore no pomar.

São murmúrios confidentes de um ser solitário,

que para a noite tenta desabafar.

Tem por ouvintes pequenas azaléias

que despertam para escutar.

Estranhos momentos que me acompanham

nessa insônia que me faz pensar.

São tantos instantes de um mundo escuro

na ânsia do despertar.

Faço parte dele enquanto meu coração pulsar.

O tempo passou, mas o clarão da lua

ainda permanece, posso enxergar.

A direção gravei na memória para poder trilhar.

Amanhã poderei sonhar e nas asas do Sol voar.

Um voo livre até que a noite resolva voltar...

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 20/07/2011
Reeditado em 20/07/2011
Código do texto: T3106855