O Trem partiu

O que eu penso, não importa?

Será que o homem vive sem uma resposta?

Ou viverá sempre em alerta...

Procurando ser o centro da festa,

Talvez, se imagine digno de uma oferta.

Estou procurando ir adiante...

Mesmo não sendo confiante,

Sigo lembrando-me do, eu, distante,

Superando o meu egoísmo irritante,

Vendo-me diferente de um amante.

Quem vai desistir?

Eu?... Jamais! Irei sempre insistir

Mesmo, que isso, represente pouco para ti

Se, eu, concertasse os erros que cometi...

Se, ao menos reconhecesse os que omiti...

Daria a oportunidade para o encontro,

Esqueceria o vago tormento,

Procuraria o nosso recanto,

Protegido da chuva e do vento,

E eternizaria este momento!

Ainda que tu,

Não queira me ver nu,

Não aceite alimento cru,

Não dance o maracatu,

Não leia Capitu.

Logo que o trem partiu, nada importa,

Sua ferragem, minha dor está exposta,

Fechou-se o vagão a porta,

Minha esperança ficou morta,

E restou-me menos do que uma aposta...

Descobri que sou ignorante,

Como preciso ser um eterno estudante,

Como o amor é radiante,

Senti-me um retirante,

Condenado a ser um eterno andante.

O som do trem, não transmiti...

Um sorriso entre eu e ela, reparti,

E dentro do trem parti,

Não desisti...

Juro, irei sempre insisti.

Sou constante como o vento,

Tento não considerar o tormento,

Respeitar os inquilinos do convento,

Disfarçar o meu encantamento,

E evitar da estação o distanciamento.

Mesmo que tu,

Não me queira ver nu,

Não aceite o alimento cru,

Não dance o maracatu,

Não leia Capitu.

O TREM era um SONHO.

Cícero Leeite
Enviado por Cícero Leeite em 20/07/2011
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