Espreita-me.
Sem me ajudar,espreita-me
Com ar de indiferença,ouve meus lamentos...
Minhas lágrimas,não seca
Deixa-as cair em profusão
Causa-as!
Mas com ares de superioridade incontestável
Espreita-me todo cheio de si.
Sabendo que não sou imune aos seus efeitos e causas,
Às vezes me condenas impiedosamente.
Outras,me absolves benévolo.
Mas absorvendo-me sempre,
Sugando-me a seiva da vida.
Fazendo-me murchar,
Tornando o espelho que era meu aliado
Cruel algoz,e tu não voltas atrás nunca!
Nunca ouvi de ti um desculpe-me...
Me fazes sofrer e avanças incisivo e frio
Como um homem que não tem sentimentos.
Um soldado na frente de batalha que foi treinado a matar
Avanças cortante!
Esmagas meu coração
Pisas-me com teu coturno.
Austero,implacável
Como chegas, te vais.
Sem te preocupares como me deixas,
Apenas te vais.
Afinal nada sentes por mim.
Embora eu necessite tanto de ti.
Porque tu sabes,como criança sou dependente
E sem ti inexisto.
Sr. TEMPO.
Até o meu fim continuarás
A espreitar-me
Implacável.