Espreita-me.

Sem me ajudar,espreita-me

Com ar de indiferença,ouve meus lamentos...

Minhas lágrimas,não seca

Deixa-as cair em profusão

Causa-as!

Mas com ares de superioridade incontestável

Espreita-me todo cheio de si.

Sabendo que não sou imune aos seus efeitos e causas,

Às vezes me condenas impiedosamente.

Outras,me absolves benévolo.

Mas absorvendo-me sempre,

Sugando-me a seiva da vida.

Fazendo-me murchar,

Tornando o espelho que era meu aliado

Cruel algoz,e tu não voltas atrás nunca!

Nunca ouvi de ti um desculpe-me...

Me fazes sofrer e avanças incisivo e frio

Como um homem que não tem sentimentos.

Um soldado na frente de batalha que foi treinado a matar

Avanças cortante!

Esmagas meu coração

Pisas-me com teu coturno.

Austero,implacável

Como chegas, te vais.

Sem te preocupares como me deixas,

Apenas te vais.

Afinal nada sentes por mim.

Embora eu necessite tanto de ti.

Porque tu sabes,como criança sou dependente

E sem ti inexisto.

Sr. TEMPO.

Até o meu fim continuarás

A espreitar-me

Implacável.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 20/07/2011
Código do texto: T3106612
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