(((((:::::CIO OU SAL:::::))))))

Lábios me guardam a provocar o próximo enlace,

a mudança em cio ou sal, pouco se sabe!

Lábios respiram a coisa mortal que somos

após o termo deste meu corpo,

num coma de luz feito deste desejo,

apenas um pensamento...borboletas como um beijo.

Disfarce ou máscara, vai o grito da cegueira,

o delírio na manhã, a saciada loucura

do escuro em nome noturno, tudo que se queira

Como um fragor dos céus, dourada ternura

caminha o canto agudo por esta flecha

que ferida a carne nunca se exila

tempestade final das sombras,

foste, corpo, respiração com voz,

E agora que a luz desfalece e não mais a toca,

nem por ela és tocado,

a palavra deixou de ser a tua pátria

e eu deixei de ser o seu regaço

Agora, que já nada mudará,

nenhuma eternidade te rescende.

A morte petrifica o largo-frágil espaço que foi teu.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 19/07/2011
Código do texto: T3105545
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