Enquanto João não cresce...

E lá foi o João brincar de ser o divino,

pendurou seu chapéu na lua minguante,

lavou e enxaguou as mãos no oceano,

secando-as próximas ao sol flamejante.

Divertiu-se com planetas, satélites e cometas,

colheu mil estrelas, como se fossem vaga-lumes,

ensaiou entre os anjos, o toque das cornetas,

dançou com raios e trovões, nas calotas polares.

Saltitante causou terremotos de sua alegria,

espirrou maremotos, tossiu tornados e furacões,

fez suco do Amazonas e salada da Amazônia,

E a esfinge acabou assada na brasa de vulcões...

Com tanta peraltice, logo João se encalacrou!!!

Ouviu vozes pedindo socorro e muitas orações;

E assim o menininho de coração mole despertou,

num choro aliviado, dessa chuva de emoções...