As serras
Pela janela do ônibus, a caminho de Canindé, eu conseguia avistar as
[serras ao longe, bem longe
Havia algo nos desenhos ondulados que as contornava; Aquela paisa-
gem, queria me dizer algo que meu coração não conseguia entender
[até o momento: Então, eu apenas observava e fazia silêncio...
[...]
O dia, assim como havia prometido, foi lindo.
[...]
Na volta, a noite já estava despontando, e, em breve, eu iria revê-las.
Meu coração estava confuso, meio atordoado. Houve muita correria
para entrar no ônibus (Embora não houvesse o menor motivo para i-
sso)
que, por um momento, me fez esquecer das serras e dos dissabores.
Só quando a noite despencou de verdade, foi que eu pude perceber
– pela mesma janela – como as ondas das serras se parecem com a
minha vida: Cheia de altos e baixos. Deveras. De ida, eu estava por
cima. Na volta, eu me vi pra baixo...
Amanhã, – quem sabe? – talvez eu esteja por cima outra vez, estam-
[pado em outro desenho, noutro cerrado.