As serras

Pela janela do ônibus, a caminho de Canindé, eu conseguia avistar as

[serras ao longe, bem longe

Havia algo nos desenhos ondulados que as contornava; Aquela paisa-

gem, queria me dizer algo que meu coração não conseguia entender

[até o momento: Então, eu apenas observava e fazia silêncio...

[...]

O dia, assim como havia prometido, foi lindo.

[...]

Na volta, a noite já estava despontando, e, em breve, eu iria revê-las.

Meu coração estava confuso, meio atordoado. Houve muita correria

para entrar no ônibus (Embora não houvesse o menor motivo para i-

sso)

que, por um momento, me fez esquecer das serras e dos dissabores.

Só quando a noite despencou de verdade, foi que eu pude perceber

– pela mesma janela – como as ondas das serras se parecem com a

minha vida: Cheia de altos e baixos. Deveras. De ida, eu estava por

cima. Na volta, eu me vi pra baixo...

Amanhã, – quem sabe? – talvez eu esteja por cima outra vez, estam-

[pado em outro desenho, noutro cerrado.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 17/07/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T3101426