Eu não espero mais.
Eu não espero mais aquela ilusão de antes
Encantamento e poesia andam distantes
Eu sem brilho nos olhos.
Sem sorrisos
Sem achar graça nas coisas que amo
Solidão apertando o peito
Coração dormindo sem leito
Só para não sentir...
A vida está puro tédio
Não vejo graça
Não há remédio
A poesia dormiu
Ou talvez partiu
Definitivamente
Porque talvez eu nunca tenha tido
A poesia que supunha haver
Talvez era mais uma ilusão
Como todas as outras
Que alimentei para dar graça à vida
Mas como toda ilusão dissipou-se
O cristal quebrou-se
A dor se fortaleceu
Meu eu adormeceu
Em dor partiu de mim...
E fim.