QUANDO NASCI

Quando nasci

De ouro me guarneceram quando nasci

 Não esse  metal  adulador e fascinante

Que  constrói palácios e abre covais

Mas o ouro do afecto cativante

Da candura da beleza da alma

Que acalenta sonhos e gera felicidade

Quando nasci milagre das mãos de Deus

Gritei à vida agradecendo com um sorrir

E soaram as celestiais baladas

Anunciando as fadas madrinhas

E a brisa que afluí das montanhas

Com cheiro a jasmim

nunca deixou de me arrebatar

Quando nasci

o rio corria bem perto de mim

banhando nas suas aguas fragrâncias de tamareiras

e deixava  exalar  esse perfume que ofereceria ao mar

nessa terra de mil tesouros dominada

por uma história sempre recordada

de cavaleiros e monges

de reis príncipes e navegadores

de gentes de muitos credos

 e o castelo altaneiro dos mistérios indecifráveis

com memórias de recuados segredos


e havia sombras vaticinadoras

 de espíritos vigilantes  

mensageiros de outras vidas

e rumores próprios do fim da noite

com as brisas das madrugadas

Tangendo coros celestiais

os astros ainda brilhavam

 Diríeis uma noite estrelada

Numa primavera deslumbrada

em que a natureza é pródiga

Anda de mãos dadas

com cintilações de luz

que trazem recordações de outras eras

tudo é eterno  na natureza

que nos aveluda com a sua beleza

Apenas as sombras encobrem o que não é perene.

De tta

 

 


Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 17/07/2011
Código do texto: T3101033
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