APELO PATÉTICO

Calem-se, senhores, calem-se.
E deixem que ela vá.
E deixem que eu me entristeça
as tristezas dela.
Deixem que ela vá,
mas digam-lhe que leve a cama
que me dormiu seu corpo
depois da aurora,
depois de tantas auroras...

Não, senhores, não me queiram mal,
nem me julguem fraco
porque nos medos dela
desesperei em tantos desencantos,
porque nos olhos dela quase morri
de tantos encantamentos.

Mas não quero ver...
que assim a tarde não me volte
contando os amores dela.

Por isso, senhores, calem-se
e deixem que ela vá.

Digam-lhe, porém, por favor,
sem emoção na voz,
que as tardes não serão as mesmas
sem ela.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 17/07/2011
Reeditado em 27/06/2014
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