um momento no espaço
tua coxa se mostra
na perna sobreposta a outra
esticada ao lençol
de rondas cruzadas
há pouco estava louca
olhos virados nas órbitas brancas
riso arranhando as paredes
da boca ora sufocada
quando corre a língua pela palma eu acho graça
mas passa
tudo que eu tenho pra te oferecer é violência exata
mas tuas mãos me tomam a espádua
com calma você abraça minha espera
pra que eu desague rios de contemplação
bem nos fundos da tua casa
dorme de perna dobrada
sob olhos que vão do café a alma