CANTORIA DE CORDEL

O menino travesso brincava na rua,

Era alegria sua, ficar bem liberto,

Olhado de perto, cuidado constante,

Na vida do infante, as ruas, as esquinas,

É sempre traquinas e se ao descuido é fadado,

É ATROPELADO!

O soldado em serviço, vigilância é seu lema,

Não que ele tema assalto ou ladrão,

É seu capitão, sargento ou tenente.

Se ficar ausente, sentado ou fumando,

E se chegar ao comando, a coisa está feia,

É CADEIA!

Nas ruas, nos bares, desfila a mulher,

Não sabe o que quer em suas andanças,

São as esperanças ou outra atitude?

Espera que mude o seu ideal,

Por bem ou por mal, não é casada,

É SEPARADA!

Acorda bem cedo e chama os meninos,

Para os seus destinos, prepara o café,

Já está de pé também o marido,

Vai lavar o vestido e fazer o almoço,

É nesse alvoroço que quase se arrasa,

É DONA DE CASA!

A criança é pequena, o futuro é sonhado,

O pai deslumbrado o coloca na escola,

Mas a tal bola atrapalha o menino,

Cujo destino é mudar sua vida,

A pelota querida é o seu amor,

QUER SER JOGADOR!

No quarto sozinho estou a pensar

E o vento a uivar na noite silente,

Minha amada ausente, fico com medo,

É como um degredo, o tempo não passa,

E o tempo não passa, a noite é em vão,

É SOLIDÃO!

Fazer sem pensar pode ser perigoso,

Chega ser gostoso na atual mocidade,

Mas a grande verdade só vem bem depois,

Assim um dos dois vai sofrer novamente,

E não fica contente, chega ser horroroso,

QUANDO FICAR IDOSO!

Campina Grande, PB, Jan 1989.

Joanilson
Enviado por Joanilson em 16/07/2011
Reeditado em 06/04/2022
Código do texto: T3099796
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