teu olhar...


teu olhar distante nos guetos
no refulgir das horas nevoentas...
que passam, ponteiam, cruéis incestos...
acordes lúgubres que sufocam sedentas.

teu rugir estridente como louca nas esquinas e ruas...
temores, humilhações que semeias, inconsequente
ao desnudar o corpo em trejeito nojoso e indolente
perdido em sofreres, desamores, paúes e clausuras!...

no revés do tempo que exala e corta fervente...
o sonho de menina nas calçadas do desejo...
no revirar do pouso escarlate na noite que termina!

na menina dos olhos que respinga ausente...
no entrecortar de choros sufocados que prevejo
a candura indelével, exaurida, da Flor que se predestina! 

Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 16/07/2011
Reeditado em 17/07/2011
Código do texto: T3098825
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