AMANHECER

Amanhecer...

É a aurora da vida

que se desmancha em raios de luz,

molhada por orvalhos da noite,

acompanhada por sonhos de lua

e por pensamentos de estrelas e solidão.

É o néctar da esperança que se renova

(nasce, morre e renasce),

num reciclar eterno,

assim como eterno é o sonhar.

É o despertar de um sono de menino

montado em um cavalo alado,

marcado pelos ferros da infância

e pelas ferraduras da inocência.

É o cavalgar por campos mortais do mundo,

sob os raios de um sol indomável

e de um selvagem e misterioso céu

(abismo de todos os abismos terrenos).

São lembranças de tantas lembranças

derramadas em gotas de ilusões,

penduradas no varal da vida

bem de frente para a varanda da saudade.

São as praças, as ruas e as casas,

as pessoas, as aves e os animais,

os lírios, as borboletas e os beija-flores,

as matas, as montanhas e os currais...