LONGA ESPERA

As horas passam numa lentidão envolvente.

Aguardo mais alguns minutos...

Consulto o relógio...

Verifico que não passaram nem cinco minutos, em que eu, ansiosa, consultei-o.

Olho...

Percorro cada centímetro ao longo da estrada e... nada...

Será que esqueceu?

Não! Não, ainda é cedo.

Quem sabe se adiantar o relógio...

De repente... Eis que surge, com o sorriso iluminado.

Sou o reflexo dessa luz.

O tic-tac do meu coração, o sangue pulsando em minhas veias, é o som que agora quero ouvir.

A emoção da tua presença, o entrelaçar das mãos, o olho no olho, no mais profundo da visão, retratar somente o teu rosto cheio de amor. Teus lábios procuram ávidos, selar essa união de espírito.

Nesse tocar inconsequente, agita-se um furacão em nossos corpos.

Num buscar constante, como numa aura envolvidos, naqueles frêmitos de paixão.

Nossas almas se possuem.

Dizemos palavras que não ouvimos.

Naquele momento mágico, qualquer coisa balbuciada a esmo, não tem significado.

A magia daquele momento, só é quebrada pelo sofrimento da despedida.

Num vendaval, saiu como chegou.

Ficaram minhas mãos vazias, tateando em busca de algo para agarra-se.

O corpo latejante numa quentura febril.

A boca seca à procura, daqueles lábios macios, úmidos e sedentos de beijos.

Foi rápido demais.

Foi tudo tão lindo, irreal, que seguramente convenço-me, de que foi uma ilusão. Ou não?!?

A espera foi tão longa que a mente prega peças.

Belém, 19h45

Obra: Gotas.

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 15/07/2011
Código do texto: T3097101
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