À prostituta Rema
I
Resta do desejo o espírito da lembrança
Que adorna tua alma com teu corpo
Nesse fogo sem perigo da leveza
Produz felicidade sem melancolia
Eternidade sem falsa magia
Riqueza floral esculturada
II
Ao abrigo de teu corpo
Correm arroios e clarões despidos
De certa imagem de fruta nascida do perfume
Das ondulações que o vento imita
Reverte fogo umedecido em brisa
III
Tens a surpresa da tangerina descascada
Ao som da meiga melodia sobre o limo
Onde os mais lindos sorrisos elogiam
O solar orvalhado das manhãs cristalinas
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Prostituta Rema, personagem de ficção do romance inacabado.