Mel in ore, fel in corde
I
Verdadeiras as minhas palavras
Verdadeiros meus sentimentos
Visto que são tormentos
Visto que são o que lavras.
II
Vista sua roupa nova
Por cima de coração carcomido
Enfeite-se com aquela trova
Do seu choro conhecido.
III
Vejo, o que digo que não vejo
Não escuto, enquanto lhe presto atenção
Não digo, para corromper sua opinião
Respiro, para não deixar vago meu azulejo
(afinal parece que na vida o espaço é rotativo, não?)
IV
E por aqui fica lançado:
Eu não preciso de frases rimadas,
preciso é que de fato entendas,
minha palavra é tão ou mais falsa do que pensas.