Mel in ore, fel in corde

I

Verdadeiras as minhas palavras

Verdadeiros meus sentimentos

Visto que são tormentos

Visto que são o que lavras.

II

Vista sua roupa nova

Por cima de coração carcomido

Enfeite-se com aquela trova

Do seu choro conhecido.

III

Vejo, o que digo que não vejo

Não escuto, enquanto lhe presto atenção

Não digo, para corromper sua opinião

Respiro, para não deixar vago meu azulejo

(afinal parece que na vida o espaço é rotativo, não?)

IV

E por aqui fica lançado:

Eu não preciso de frases rimadas,

preciso é que de fato entendas,

minha palavra é tão ou mais falsa do que pensas.

Eduarda Daibert
Enviado por Eduarda Daibert em 14/07/2011
Código do texto: T3095982
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