MEU CATRE
MEU CATRE
Na noite silenciosa,
De melodias cansadas,
Da mata ruidosa,
De folhas voadas,
Meu corpo cai
De sono em lentidão;
O cansaço aos poucos vai
Sumindo na solidão.
Minha luz é a lua
De tão rara claridade,
Aos meus olhos desce nua
Dando ao corpo liberdade.
De sapé o teto é feito,
Terra vermelha, o chão.
Da janela vento ao peito
Pra eu pegar estrela com a mão.
Meu canto é vazio,
Meu choro manhoso.
Desce dos olhos como um rio
E deságua onde repouso.
do livro Meninas e Meninos Volume II - editora Topázio - Araras/SP - 2009
Sérgio Prado