MEU CATRE

MEU CATRE

Na noite silenciosa,

De melodias cansadas,

Da mata ruidosa,

De folhas voadas,

Meu corpo cai

De sono em lentidão;

O cansaço aos poucos vai

Sumindo na solidão.

Minha luz é a lua

De tão rara claridade,

Aos meus olhos desce nua

Dando ao corpo liberdade.

De sapé o teto é feito,

Terra vermelha, o chão.

Da janela vento ao peito

Pra eu pegar estrela com a mão.

Meu canto é vazio,

Meu choro manhoso.

Desce dos olhos como um rio

E deságua onde repouso.

do livro Meninas e Meninos Volume II - editora Topázio - Araras/SP - 2009

Sérgio Prado

Sérgio Prado
Enviado por Sérgio Prado em 14/07/2011
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