Conjecturas
Ah! Aquele foi o dia
Que clareou o sentimento
Na ilusória tarde adormecida
Nas cinzas da quimera.
Nesse dia, bem nesse dia
O tempo parecia parado.
Em meu coração apenas
O reflexo dos olhos.
E, as paredes
Não compunham lembranças
Em sua novidade em existir.
Hoje, somente hoje
As paredes estão repletas
De memórias adormecidas.
Memórias que envelhecem
No insano desejo do tempo
Em despertar o passado.
E, por vezes desperta
Para me contar a história
De outra realidade
Uma realidade que...
Era bem mais que viver.
E, que acabei por esquecer
Quando seu rumo quis seguir.
Quando, deixei seu olhar me conduzir.
Acabei por me dissolver
Nessa etérea nevoa de loucura.
Ah! Tempo que te dei asas
Tão depressa se passou!
Quase nada restou!
A não ser um velho retrato
Carcomido na parede da lembrança
E que se deteriora aos poucos.