"Fim da linha"
Cedo acordam, lida pesada
Lanternas clareiam, a fria madrugada,
chuvas de sacolas,
mares de garrafas,
empacam o caminho
Que vai do lixo ao nada.
Crianças ociosas
lançam pipas de plástico
brincam no lixo,
em meio aos porcos.
Sorte não verem os mortos,
frutos de combates favelísticos.
Mas sim...Há sorrisos
há esperança.
Esperança em que?
Talvés na vida.
Enquanto há vida, há esperança,
"se não morreu,não está ruim."
Lixo que sangra, um líquido fétido
e que alimenta o mau cheiro
dos pobres catadores,
cheiro de "gente" de verdade.
Precipitações de roedores
caem do telhado
da casa da mãe
de seus filhos separada
Em meio ao podre,
a bondade existe
"Irma" coze esreve
no lixo, o lixo comestível.
E o que diria
Lavoisier na sua
"Lei da conversão do conhecimento"
Na natureza, tudo se aprende,
pois até os livros têm como
fim iminente,
a mão de um catador.