Corolas Secas

É angústia a sombra derradeira,

Do agudo píncaro d’outeiro

Nutre a voz de dorido pranteio

Semeia ao solo pérfida roseira.

Neste vergel de corolas secas

Findam-se as cores da primavera,

Nascem assombrosas Quimeras

Destroçando a delicada seda.

Vai-se então por flume corrente

A alva pérola de saudoso júbilo

Qual vistosa fulgia fremente,

Brio fastuoso de colorido rúbio.

Estertora em fleuma silente

A acrimônia de seu mundo fusco.

Rio de Janeiro, 13 de julho de 2011.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 13/07/2011
Código do texto: T3093221
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