Palco
Sou o homem, cidadão perplexo da terra
Quando o mar exige, a onda vem me buscar
Eu lamento o azul, e borbulho no azul
De bolhas sou, na paz do mar
Quem me mandou estar aquí,
Na paz do mar, que eu não pedí?
Na indiferença do palco
Que eu não erguí?
Mesmo que brilhem todas as estrelas
A solidão existe na imensidão do mar
Nas fardas verdes dos meus coroneis
Exército obediente de algas marinhas
Despetalei meus sonhos, um a um
E despertei exausto de mim
Vencí minhas batalhas, dilacerei meu corpo
E não consigo lapidar a alma
E como comediante bêbado
Exalto os meus papeis
Um tempo trágico, outro irônico
Meus passos sempre irão alem de mim
Sou o homem, bicho universal
E a plateia irreverente pede bis