Eterno como a morte
Eu te dou o que mais tenho
De valioso
Te dou a morte
Um rio sem vontade
Pegajoso de saudade
Que não quer ir
Que quer ficar
Chorando até o mar
Sem peito ou cidade
Sem nada de vontade
Se equilibra no peito
Ardor de enfervecências
Contamina a todos
Faz do mundo ciência
No peito que clama
Esse verso sem nome
Que arde e se declama
Não te direi o quanto quero
Não te falei do meu amor
Tudo que quero meu anjo
É o fogo de sua dor
Quero carne bicho
E tremedeira
Quero sua alma na ribanceira
Quero do alto
As carnes de primeira
Sou filho da peste
Da arte e do brilho
Sou canto de morte
Sou notas sem trilho
E se do mundo quero a onda
Do mar eu quero térreo
Tudo que te segura
Tudo que que te seja enterno