Eterno como a morte

Eu te dou o que mais tenho

De valioso

Te dou a morte

Um rio sem vontade

Pegajoso de saudade

Que não quer ir

Que quer ficar

Chorando até o mar

Sem peito ou cidade

Sem nada de vontade

Se equilibra no peito

Ardor de enfervecências

Contamina a todos

Faz do mundo ciência

No peito que clama

Esse verso sem nome

Que arde e se declama

Não te direi o quanto quero

Não te falei do meu amor

Tudo que quero meu anjo

É o fogo de sua dor

Quero carne bicho

E tremedeira

Quero sua alma na ribanceira

Quero do alto

As carnes de primeira

Sou filho da peste

Da arte e do brilho

Sou canto de morte

Sou notas sem trilho

E se do mundo quero a onda

Do mar eu quero térreo

Tudo que te segura

Tudo que que te seja enterno

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3092745