PRElúdios
LIVRO:PRE(lúdio)S
Poema 1
A lesma vesga
rega de reggae
parede nua
grito estribilho
de musgo
risco arisco
ferve na lua
nua e crua.
Poema 2:
Assoalho reverbera
palavras esmorecidas
soluço rouco de
dicionários
ladrilho casto
roupa muda.
Poema 3:
Alice lança olhos
verbo sucinto
pousa sobre medo;
decreta dor
furor de fuga
espada relincha
sobre minhas rugas
Poema 4:
Aranha tece teia
armadilha de verbos
calcina areia.
Poema 5:
Quando o vento trilha
galo solta esporas
penas solta na rinha
Poema¨6:
Átimo de tempo
escorre dentro
dos relógios
Imaculados gemidos
ressoam
suspiros de catedrais.
Poema 7:
Angústia do destino
sol a pino povoa
madrugadas verborrágicas
dor ao redor ,estilhaços cinzas
ringue dentro de
mim,
riso marfim.
Poema 8:
Judite pro(mete)ra
rasgar destemidos
mitos,
ruiu ,no tombo
coração latiu!
Poema 9:
A morte à moda da casa
atira alfinete
assombros assolam
de dor
minha sede.
poema 10:
Olhos híbridos fustigam
solavancos de papéis
célere cárcere pulsa
minha alma dança
derradeiro tango.
Poema 11:
A palavra assa na língua
inanição de verbos
pronomes purgados
pergaminhos élipticos
poema morre à mingua.
poema 12:
(So)letrar vagas vertentes
veicular vigas nervosas
aterrissar planicórneos pungentes
reverberar tuas coxas
entre hóstias e ostras
Mirabolantes sussurros
tri(cor) de fuligens
deito-me,resvalo
atroz ,volátil ,sutil
arquepélago,tua boca.
poema 13:
Versos velejam crinas
barco sorrateiro turvo
pesca( dor),minha sina.
ariscas manhãs
debulhei túmulos
bulinei cadências
ardências salta e vibra
meu coração uma víbora
poema 14:
Silêncio fúnebre relincha:
Aqui jaz.
poema 15:
Inter(rogo) curvas
inter(dito) veias
palavra seca cerca:
ilhado,um nó
serpenteia meu jazigo
poema 16:
ariscas manhãs
debulhei túmulos
bulinei cadências
ardências saltam vibram
meu coração, uma víbora.