ABRINDO A PÁGINA
Como é possível? Como é possível
não chegar ao silo do teu amargo sal?
- Ary dos Santos -
POEMETO.
Ave de incerto destino
Pr'onde queres me levar?
Vento que areias tange
Abre esta boca que range
Sepulta-me no alto mar.
- Hermílio -
SONHO DE UM SONHO
Perdido em mim no sonho do meu sonho
No mar das ilusões prendi-me ao cais
Do tempo onde o passado em mim jamais
Retorna a vida ao sonho em que me ponho.
Sonho feliz, senão, quando medonho,
Um corvo horrendo surge entre os pardais
E a borboleta negra entre os cristais
Do sonho tira o brilho e o olhar risonho.
Mas se acordado vejo a infinitude
Do céu e mar e a lua no horizonte
Rindo pro sol que a beija em despedida
Traz-me outro dia o tempo e, amiúde,
Meu sonho espelha um brilho em minha fronte
E eu me desperto pro sonho da vida.
- Hermílio -
NEFELIBATA
Para Márcia
Nas asas do condor lanço-me ao espaço
Etéreo firmamento da Poesia.
Transcende o éter azul à maresia,
Orvalho os olhos, beijo-a num abraço.
Ave, o azul do oceano é o teu regaço!
Ebúrnea pluma flutuando em magia
Ao vento. Ao vê-la, outr’ave rodopia...
E o céu das brumas fecha-se em mormaço.
Branco albatroz atravessando o Atlântico
Remando as rimas, sobrevoando as ondas...
Lembra-me Ismália, louca em serenata.
Do Cisne Negro, num hiato semântico
E vago, indago a Deus pra que respondas:
- Nas nuvens salva-se um nefelibata?
- Hermílio -
Como é possível? Como é possível
não chegar ao silo do teu amargo sal?
- Ary dos Santos -
POEMETO.
Ave de incerto destino
Pr'onde queres me levar?
Vento que areias tange
Abre esta boca que range
Sepulta-me no alto mar.
- Hermílio -
SONHO DE UM SONHO
Perdido em mim no sonho do meu sonho
No mar das ilusões prendi-me ao cais
Do tempo onde o passado em mim jamais
Retorna a vida ao sonho em que me ponho.
Sonho feliz, senão, quando medonho,
Um corvo horrendo surge entre os pardais
E a borboleta negra entre os cristais
Do sonho tira o brilho e o olhar risonho.
Mas se acordado vejo a infinitude
Do céu e mar e a lua no horizonte
Rindo pro sol que a beija em despedida
Traz-me outro dia o tempo e, amiúde,
Meu sonho espelha um brilho em minha fronte
E eu me desperto pro sonho da vida.
- Hermílio -
NEFELIBATA
Para Márcia
Nas asas do condor lanço-me ao espaço
Etéreo firmamento da Poesia.
Transcende o éter azul à maresia,
Orvalho os olhos, beijo-a num abraço.
Ave, o azul do oceano é o teu regaço!
Ebúrnea pluma flutuando em magia
Ao vento. Ao vê-la, outr’ave rodopia...
E o céu das brumas fecha-se em mormaço.
Branco albatroz atravessando o Atlântico
Remando as rimas, sobrevoando as ondas...
Lembra-me Ismália, louca em serenata.
Do Cisne Negro, num hiato semântico
E vago, indago a Deus pra que respondas:
- Nas nuvens salva-se um nefelibata?
- Hermílio -