"Diga, mesmo mentindo, diga"

Diga, diga você mesmo, diga

Como seria o mar secar

O céu em puro breu se transformar

A poesia sumir

A oração não redimir

Diga, diga você mesmo, diga, se puder

Se coragem suficiente tiver

Que seria de meu verso sem o seu

De a inspiração para sempre dormir

Pelos cemitérios nos túmulos se lamentando

Aos ouvidos moucos dos falecidos sicrano e beltrano

Que seria da Poesia sem o seu dourado e ilusório vestido

Diga, eu suplico

Que faria do lirismo exposto

De doce e melancólico gosto

Das minhas mãos pendidas, abatidas

Diga se poderia acontecer

Como iriam o sol e a lua no firmamento aparecer

Crie alento e diga, se puder, se conseguir

Se disto se logra fugir

***

Equivale a um terno beijo a interação de ANDERSON NASCIMENTO:

Diga, diga você mesmo, diga

que a poesia não é mais a mesma

que minha inspiração secou

brotou de fora pra dentro

diga que não haverá mais sol

Diga, Diga você mesmo, se puder

Se coragem suficiente tiver

Que a minha vida transformou-se num eterno inverno

Diga, eu suplico

Que não mais te esquecerei

Pois com a mesma mão que ainda escrevo

Baterei na tua cara

Basta que me digas... o que um dia não tiveste coragem de dizer.

taniameneses
Enviado por taniameneses em 13/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3091696
Classificação de conteúdo: seguro