NUMA CLÍNICA DE HEMODIALISE

Olhos mudos

Olhos fundos

Fundos de olheiras

Profundos sem fronteiras

Olhos tristes

Olhos vagos

Olhos carentes

De um afago

Olhos valentes

Mesmo sofrendo

Seguem sorrindo

Por entre a gentes

Olhos aflitos

Por um instante

Vida e morte

Entram em atrito

Olhos sem luz

Carregam sua cruz

Na esperança

De ver Jesus

Olhos tiranos

Olhos profanos

Mesmo sofrendo

Seguem matando

Olhos dormindo

Olhos sonhando

Olhos atentos

Estao cuidando

E meus olhos

Discretamente olhando

Mil olhos mudos

Tudo falando

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 12/07/2011
Reeditado em 15/08/2011
Código do texto: T3090339
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.