Carências

Não, jamais te falte o carinho,

A mão amiga que afaga

Nem falte o beijo, o desejo

A poesia, o ensejo

Jamais te falte a certeza

Do bem maior a beleza

A interminável noite de encontro

A alegria do abraço esperado

Jamais te falte o ser amado

Nem a manhã de azul loucura

A onda do mar coberta de brancura

A noite de luar

O cantor boêmio, a taça de rubor

A língua passando as bordas

As árvores do outono desfolhadas

Dos mares as longas orlas

Jamais te falte o palpitar da paixão no peito

As mãos sedentas na cruz de pelos

Jamais te falte a estrela da madrugada

O sonho da inspiração, as asas dos anjos tortos

A lembrança dos queridos mortos

Jamais te falte o sorriso, o perdão

Ai, quem me dera ter a força dos mares

A beleza dos pássaros bicando-se aos pares

Os filhotes no ninho

A folhinha que cai

O vento que vem e vai

A brisa na janela

Ai, quem me dera ser

A tarde no fim da luz

A tristeza inextinguível da cruz

Quem me dera

taniameneses
Enviado por taniameneses em 12/07/2011
Reeditado em 12/07/2011
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