Ligando pontos

Quando a noite em ternura cobre

Os raios mornos

Das lembranças do dia.

Compreendo o solitário

Olhar curioso

Ligando pontos na escuridão.

Nem o sol em chamas ardentes

Aquece presença imaculada.

Já que os pensamentos irreveláveis

Beijam o negrume da sombra

Acomodando os desejos.

Em vendavais derradeiros

Na pouca luz que assombra

Uma alma por si carente.

Traz em si tanta gente.

A boca devora imagens

Que em vultos perdidos

Contornam trevas ébrias.

Mesmo sem o amparo da luz

Os sonhos inegáveis transparecem

Ali onde foram renunciados

Dando lugar a tão pouco.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 11/07/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T3088062
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