QUATRO VENTOS
Um poeta que perde a inspiração;
Não deveria insistir em escrever.
Mas ele escreve só por teimosia.
Mesmo não rimando amor com dor!
Pobre escritor perdeu tudo que tinha.
Não tem uma musa que lhe inspire;
Nem uma desilusão pra fazê-lo chorar.
Amar? Isso nem pensar! Tornou-se racional.
É tanto que não sabe o que é o pranto.
Uma pessoa assim ainda almeja ser poeta!
Como pode ser isso Deus Santo?
Quando morrem os sentimentos a letra perece.
Já não faz mais sentido palmeiras e sabiás...
E as pedras saem todas do caminho.
Pare de escrever poeta desalmado!
Não cometa tamanho sacrilégio!
A poesia não é ofício, é privilégio.
Pertencem a todos que não escutam a razão.
Pertencem aos que cedem a emoção.
E deixam os sentimentos berrarem;
Se espalhando aos quatro ventos.