QUATRO VENTOS

Um poeta que perde a inspiração;

Não deveria insistir em escrever.

Mas ele escreve só por teimosia.

Mesmo não rimando amor com dor!

Pobre escritor perdeu tudo que tinha.

Não tem uma musa que lhe inspire;

Nem uma desilusão pra fazê-lo chorar.

Amar? Isso nem pensar! Tornou-se racional.

É tanto que não sabe o que é o pranto.

Uma pessoa assim ainda almeja ser poeta!

Como pode ser isso Deus Santo?

Quando morrem os sentimentos a letra perece.

Já não faz mais sentido palmeiras e sabiás...

E as pedras saem todas do caminho.

Pare de escrever poeta desalmado!

Não cometa tamanho sacrilégio!

A poesia não é ofício, é privilégio.

Pertencem a todos que não escutam a razão.

Pertencem aos que cedem a emoção.

E deixam os sentimentos berrarem;

Se espalhando aos quatro ventos.

T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 10/07/2011
Código do texto: T3086869
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