Ao Invés de Várias Doses, Uma Garrafa Inteira

“Foi um pouco de tudo no meio do nada”

Enquanto não-santos foram fieis de fidelidade diferente – nada de coisas concretas, só poesia.

O palhaço e a palhaça decidiram: ao invés de pagar caro por várias doses,

Escolheram pagar por plenas garrafas.

A palhaça lhe deu um nariz, o palhaço a deu um complexo.

Ambos riram destilados - e daqueles também – diante de seus cigarros...

O palhaço disse:

- Eu gosto de marcas, são memórias concretas. E toda experiência é sempre válida.

A palhaça ficou vermelha como seu nariz...

Trocaram pronomes, adjetivos, verbos e métricas presentes e ausentes

Eles haviam se soterrado.

Sintetizado intenções que tomaram caminhos diferentes diante do frio e da poesia.

(...)

O palhaço fitava e lia as paredes enquanto a palhaça fazia café.

A palhaça disse – com canecas e garrafa a mão:

- Vamos escutar a gaita, já que não fizemos o pandeiro e a flauta.

O palhaço sorriu com bafo de café enquanto recusava-se a voltar do onírico

Metade do brinco sumiu, a outra ficara com a palhaça.

Caminharam, o palhaço sem-brinco-com-nariz e a palhaça com meio brinco e um complexo amaciado pelo cômico, pelo sol da manhã que já se esvaira.

Ironic
Enviado por Ironic em 10/07/2011
Código do texto: T3086785
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