SONHADOR CRÔNICO

Eu não pedi para ter este coração romântico,

Nem sei por que sou esta Alma tão sensível,

Que teima em crer em sentimento autêntico:

No amor, na amizade,... Como se fosse crível,

Neste Mundo em que o jogo das conveniências,

Impõe a simulação e valoriza as aparências!

Já dediquei amizade, admiração, carinho, gratidão...

E, não sei se por maldade, vi tudo indo para o chão,

Banalizados, ridicularizados, mal interpretados,...

Por quem eu dedicava, com desvelo, meu coração!

Parece que a Vida quer me transformar em pedra!

Porém, há em mim muita teimosia,... resistência, persistência,

Uma luta de contrários: um diz pedra; outro perdão, paciência!

Na balança, vejo o peso das amizades que ficam e das que se vão,...

Descubro: só tem peso real as que ficam, isso me consola o coração!

Renovam-se os sonhos, confio, uso de sinceridade,...

Para com quem? Alguém que conquista minha amizade!

De novo, minha amizade esnobada, como se fosse nada!

Chego a pensar: Tudo foi planejado! Maldade pensada!

Porém, minhas próprias imperfeições gritam na consciência!

E o perdão amolece a pedra! Volto a sonhar! Quanta persistência!

Com o tempo, vou decifrando o enigma, matando a charada:

A vida é pedra bruta e a dor o buril com o qual é lapidada!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 10/07/2011
Código do texto: T3086744
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