Durmo na penumbra dos becos
Em ti estou e sou vela de barco aventureiro
Sob o comando do intrépido lobo marinheiro
Sou o desgaste da Natureza
O discernimento dentro da incerteza
Vejo em tudo leveza
As cinzas dançando sobre o matagal
Os olhos afiados do chacal na noite do deserto
Estrela que olha o mundo desde o topo do Universo
Caminho pelos campos e durmo na penumbra dos becos
Tenho, de desejos insuspeitos,
As mãos absurdas
Os lábios secos
***
Enobrece esta página e a minha poesia a inserção dos versos do escritor carioca, JORGE LUIZ DA SILVA ALVES:
Acordo com o sopro da realidade
bafejando-me felicidades:
teus versos
dançando a valsa dos sonhos,
no tombadilho da escuna que singra
os mares da completa sublimação
pelo prazer da vida
além das falésias de absurdas obrigações
nos ancoradouros da sobrevivência;
preparo, enfim,
o desjejum saudável da alma
no panorâmico da poesia,
saboreando-te em cada estrofe
apaixonadamente escrita
***
E como se fosse pouco ter a poesia de Jorge, aqui também os versos de TÂNIA ORSI VARGAS:
Sou força, sou leveza
sou busca, sou paradeiro
sou desta nau errante
tresloucado marinheiro!
Nas brumas deste mar mergulho cego
e aos céus o voo sobranceiro
nos olhos desconcerto carrego!
E nestes escuros becos
eu me faço ninho e presa!