Conversa puxa conversa

Eu teço poemas curtos

Não dou confiança à poesia

O que não é sinónimo

De ter a alma vazia

Simplesmente não gosto

De entediar quem me leia

Prefiro deixar no ar

Os estados de nostalgia

Os sonhos mal tomam corpo

Quando me vêm à mente

Já deixaram de ser meus

Passam a ser de quem sorve

Fantasias, miragens ou pesadelos

Ofereço-os em taça ardente

A raiva é sempre incontida

Sou mulher de extravasar

Coração ao pé da boca

Cada um no seu lugar

Não acato injustiças

Vou à luta todo o dia

Nunca me hão de calar

Não sei se já disse tudo

Não me queria alongar

Afinal, o que era curto

Conversa puxa conversa

Já nem associo ideias

mesmo que não tenha nexo

Dou comigo a versejar

Fana
Enviado por Fana em 10/07/2011
Código do texto: T3086515
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