Ginástica do Bem Viver

GINÁSTICA DO BEM VIVER

"O coração do meu homem é um rochedo" (Hildeberto B. Filho)

Mágoas, nunca hei de guardar.

Se muito um naco de pão para a manhã seguinte.

Amor, nunca hei de guardar.

Semeá-lo-ei pelos campos áridos, pelos rios perdidos, pelos rochedos

irrecuperáveis.

Dinheiro, nunca hei de guardar.

Rasgá-lo-ei .

Beberei vinho, comerei frutas, lerei livros, devorarei músicas.

Trabalho, não...

Praticarei o ócio criativo que se aplica

Aos poemas, aos doces, à música.

Aos mosaicos de Xênia Hilluey.

Egoísmo, nunca hei de guardar.

No mínimo, uma mesa farta para compartilhar com os amigos.

Solidão, nunca hei de cultivar.

Plantarei violetas, cravinas, silhuetas de plantas

Reveladas sobre a relva, a vermelha boca dos gerânios.

Sonhos, nunca hei de guardar.

No mínimo olharei a vida através da poesia dos óculos

De Valécio Irineu.

Música, nunca hei de guardar.

Adubarei partituras, letras, e

Toda dimensão criativa de Sinédei Moura.

Paixão, nunca hei de guardar.

No mínimo, hei de tatuá-la no peito do

Amor que há de vir...

Riquezas, nunca hei de guardar.

No mínimo os palácios de estalactites, os alvos picos do Himalaia,

As feridas do Grand Canyon, o sorriso imaculado de Pedro e Gustavo.

Fidélia Cassandra
Enviado por Fidélia Cassandra em 03/12/2006
Código do texto: T308595