Poema 9
A noite, meu amor…
está tão linda,
um mar de estrelas se abre
diante dos meus olhos.
Cada brisa é um toque seu
arrepiando meu corpo com doces carícias.
Cada brilho é uma palavra sua
percorrendo os labirintos da minha solidão.
Ah, distância,
como podes ser tão vazia...
Como é que se pode amar tão intensamente...
Só o que sinto é uma imensa saudade,
saudade da sua boca, saudade
do seu corpo todo,
de você inteiro, seu cheiro, seu gosto,
seu amor...
O céu derrama seu negro infinito
nos olhos do poeta,
e o poeta ama, ama...
ama e chama,
meu amor, eu te chamo...
eu te chamo o tempo todo.
Eu te quero tanto,
eu te quero aqui... eu te amo...
É tanto céu, é tanto amor
e tanto amor que eu não controlo
e que cresce a cada minuto.
É tanto de você que ficou em mim,
em meu pensamento.
E eu estou tão sozinha sem você,
você está tão longe,
e as estrelas estão tão perto
que eu quero agarrar uma pra você.
E sua beleza se confundiria
com o brilho dela.
Ai, como eu te amo, meu moreno...
cante pra mim, cante.
Pense, ao menos pense, em mim,
para que a noite me permita sonhar contigo
e ver teu rosto
e sentir teu gosto
e sair um pouco desta solidão
e te amar.
E agora, a brisa que me passa
tem o seu cheiro,
esse perfume de mar e de céu
que me embriaga como vinho,
como o doce da sua boca.
A noite é imensa demais,
e eu só quero alcançar você,
e eu só quero você...
Cante pra mim, cante.
Permita-me, a noite, que eu sonhe com você.
Permita-me, você, que eu te encontre.
E esse encontro me entregue seu amor
pra que a noite se torne ainda mais imensa
e eu... e você...