Olhos que não sabem contemplar
A forma é a linguagem que preferi.
Obscura. Apática. Calada.
Meus olhos estão habilitados nas proporções
Que se apresentam em cores, claridades e vultos
Volumes e espaços, repletos, desocupados
Agora algo se rebela, se constitui, se externa
Saindo de mim em sinais que se unem
Para exprimir a arquitetônica da alma
Lançando sentimentos, emoções
Se livrando, recebendo vida própria
Formando frases para traduzir aquilo
Que não tem possibilidade de ser contemplado
O som e os lábios ganharam dos olhos e do coração
É preciso clareza, pois os sentidos não experimentam mais
Os olhos apenas conseguem contemplar... vocábulos!