o bêbado e o versilibrista
I
I
confuso
espichou o olhar etilizado
para aqueles versos cambaleantes
sem nada entender
onde a métrica?
onde a rima?
e o ritmo?
II
é o seguinte, amigo
não me leve a mal
(tenta explicar o bardo
com ar professoral:)
são versos livres, modernos
falam de quimeras, de deus
de céus e de infernos
de invernos e primaveras
onde rimar, não é tudo
o que importa é o conteúdo
III
ah! acho que entendi:
cantas porque o instante existe
e a tua vida está completa.
não és alegre nem triste:
és poeta.
poetar, basta um motivo